Sphere Institucional

/

jul 11, 2022

Ainda estamos online, e agora?

AUTOR

huia

ASSUNTO

Educação

COMPARTILHE

Muitas famílias se perguntam “como está o ensino remoto das crianças?”, falamos sobre isso no post anterior do blog, mas vamos detalhar na prática como esse ensino vem se desenvolvendo.

Os encontros com amigos e professores também favorecem a prática de novas habilidades cognitivas e a manutenção de habilidades já conquistadas. Além das habilidades cognitivas, dentro do ambiente virtual também são trabalhadas as competências comportamentais, conhecidas como “soft skills”. Como exemplo, podemos citar habilidades de gerenciamento de tempo, atenção, escuta ativa, comunicação, dentre outras. As aulas remotas também desenvolvem o senso de responsabilidade dos alunos, uma vez que tendem a ocorrer em horários regulares e ainda estão atreladas à atribuição e entrega de tarefas. Ao ter que pesquisar sobre animais que botam ovos, por exemplo, a criança compreende que no dia seguinte, e no mesmo horário, deverá compartilhar com seus amigos as suas descobertas.

Este simples exemplo da pesquisa de animais que botam ovos nos ajuda também a ilustrar a diferença entre um momento de interação virtual com direcionamento e sem direcionamento. Quando as crianças estão em momentos de lazer é legitima a preocupação com o tempo de exposição às telas pois estas facilmente conquistam a atenção dos pequenos, e as horas assistindo a filmes ou desenhos parecem passar rapidamente. Ainda que nas aulas online este período esteja ajustado para um limite de tempo adequado, pode de fato restar uma dúvida se existe alguma diferença de abordagem. E existe sim! Em aula online, o direcionamento de um adulto que fala e responde à criança em tempo real, faz com que esta interação seja ativa e exige da criança um movimento de resposta que é provocado por meio de reflexão, investigação ou ação. É aí que o professor consegue engajar a criança e promover avanços em seu aprendizado.

Alt text

De acordo com a Professora Markele Zaccaria, é assim que enxergam os alunos na Sphere: seres descobridores que aprendem com cada objeto encontrado, com cada pedrinha do jardim, ou testando possibilidades ao misturar materiais, como água e areia.

As aulas são planejadas tendo em vista o play-based learning com convicção de que as crianças aprendem brincando. E como aprendem!

As propostas seguem sempre o inquiry process. Os pequenos são questionados sobre algum conceito ou assunto e são coletados seus conhecimentos prévios. É realizada uma rotina de pensamento, como See, Think, Wonder, mostrando-lhes alguns objetos, livros e fotos e suas ideias são ouvidas atentamente sobre os mesmos. Após esse momento, iniciam às unidades. Assim, os conteúdos e as habilidades acabam fluindo sempre de maneira lúdica, por meio de brincadeiras e jogos.

Podemos relacionar essa abordagem à Teoria do Desenvolvimento Cognitivo de Jean Piaget, uma vez que ele considera que a construção do conhecimento se inicia justamente quando há um desequilíbrio entre o sujeito e o objeto, exatamente como neste momento em que estamos vivendo, com o desequilíbrio de nossa rotina e o contato remoto com a escola. O processo de assimilação ocorre logo quando a criança é exposta a uma nova realidade, vendo e ouvindo coisas novas. Em seguida, ela relaciona o novo estímulo ao que já conhecia antes, e incorpora um novo aprendizado por meio do processo de acomodação. Depois desta etapa ainda acontece a equilibração, quando o sujeito se adapta à uma nova situação e encontra equilíbrio entre a assimilação e a adaptação.

Não é interessante pensarmos que o conhecimento hoje passa a ser construído de uma forma que nunca pudemos imaginar acontecer? Ainda assim tudo o que é novo nos desafia e nos faz avançar a cada dia. Jean Piaget ainda nos encoraja a encararmos de frente estas grandes mudanças e afirma “O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram”. Sendo assim, logo concluímos: estamos no caminho certo.

Você já parou para pensar em todos os distratores que o ambiente familiar possui e o grau de concentração que é exigido das crianças a cada aula remota? A autodisciplina passa a ser uma habilidade ainda mais necessária nesta “sala de aula” em casa. Todas estas habilidades, sejam elas cognitivas, sociais, ou até mesmo físicas, são habilidades importantes para futuros profissionais que em breve estarão integrando o nosso desafiador e inovador mercado de trabalho.

Em suma, as diferenças do ensino à distância nos fazem compreender que a crise que estamos vivendo nos leva a um caminho de “lifelong learning”, ou seja, um aprendizado para toda a vida. São aprendizados que transcendem à sala de aula e podem ser aplicados em nossa vida real, principalmente quando a vida real está logo ali, atrás da tela do computador. Se você também considera válido este aprendizado, acompanhe e incentive seu filho (a) a explorar a realidade das aulas remotas. Muito em breve você se surpreenderá com a capacidade de seu filho (a) de aprender de forma independente, e novas conquistas acontecerão.