Sphere Institucional

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jul 11, 2022

Blended Learning, como colocar em prática?

AUTOR

huia

ASSUNTO

Educação

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"O ensino híbrido e a aprendizagem baseada na competência, bem implementados e em conjunto, formam a base de um sistema de aprendizagem centrado no estudante. Uma característica importante dessa modalidade é que os estudantes desenvolvem um sentido de atuação e de propriedade por seu progresso e, subsequentemente, a capacidade de conduzir sua aprendizagem. Isso se traduz na capacidade de se tornar um eterno aprendiz, necessária no mundo em rápida mudança em que vivemos, no qual conhecimento e habilidades tornam-se obsoletos rapidamente." Michael B. Horn e Heather Staker

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Ao pensarmos em Blended Learning, também conhecido como Ensino Híbrido, direcionamos nossas atenções para o uso de tecnologias e redes na educação ocorrendo em paralelo as aulas presenciais, ou seja, num processo que une as duas propostas/modelos de aprendizagem. No contexto atual, no entanto, em que vivemos a pandemia da COVID-19 em todo o mundo, o ensino híbrido tem sido percebido pelos especialistas como mais do que uma alternativa para o retorno das aulas presenciais.

Pensam tais estudiosos e responsáveis pelos planos de ação de escolas e redes, públicas ou privadas, num contexto em que podemos ter parte dos alunos presencialmente, para evitar aglomerações que possam promover o surgimento de novos casos de pessoas infectadas, enquanto um outro tanto de alunos será atendido por meio da educação a distância, num movimento de alternância entre os grupos, para que todos possam vivenciar o presencial e o virtual. Nesse sentido o híbrido ganha outra conotação, deixando de ser, conforme mencionado, somente uma opção, para se tornar uma metodologia que será, cada vez mais, consolidada e parte da vida de todos.

De qualquer modo, é preciso pensar a união do virtual e do presencial indo na direção de uma conta que, apesar de parecer uma adição simples, juntando 1 + 1 (nesse caso, as ações online e offline), o que queremos é que isso seja, de fato, tornado híbrido, blended, ou seja, misturado de tal forma que não seja possível divisar a fronteira entre as ações em curso, nas salas de aula e por meio de computadores, tablets ou smartphones.

Nessa soma, o resultado precisa ser 1 também, só que enriquecido, juntando as possibilidades e características que compõem os bônus de cada modalidade. No processo, as ações têm que ocorrer tão concatenadas que os alunos não percebam pontos de desconexão, eles estarão sempre, de algum modo, interagindo, pesquisando, produzindo, colaborando, criando e, com isso, fomentando para si mesmos e para os demais, os conhecimentos em construção.

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Imagine, por exemplo, a seguinte situação, os alunos vão para a escola, o professor inicia os trabalhos trazendo um tema a partir de uma mídia como uma palestra do TED, que contextualiza o conhecimento relacionando com algo presente no mundo real, isso funciona como gerador ou disparador de uma atividade presencial em que os alunos se reúnem em pequenos grupos; para esse trabalho cooperativo os alunos agrupados recebem indicações de leituras, acesso a podcasts, animações, simulações, novos vídeos, etc.

Com prazo e cronograma construídos previamente pelo professor, mas discutidos com os alunos, os grupos passam a ter orientação por meio de uma agenda que define entregas a serem realizadas nesse projeto; não apenas o professor da disciplina pode ser consultado, mas também outros podem ser pontos focais para tirar dúvidas ou dar orientações quanto ao produto final de sua pesquisa e projeto; nessa jornada os alunos são estimulados a ir presencialmente ou pela web ao encontro de pessoas ou informações, para buscar relatos, depoimentos, imagens, vídeos…

A composição da resposta pode ser feita por meio de diferentes mídias, usando desde linguagens artísticas, como a produção de HQs ou Storyboards, até elaboração de roteiros que irão levar ao surgimento de podcasts, vídeos ou, caso prefiram, maquetes, textos, dramatizações… O importante é que os alunos tenham que pesquisar, tirar dúvidas, entrar em contato com livros, pessoas, imagens e, ao final, solucionar problemas e questões propostas, afins com objetivos e metas educacionais, alinhadas com o currículo. Tudo isso ocorrendo de forma a realizar o blend entre o presencial e o virtual.

Nesse sentido, conforme nos esclarece a Blended Learning Universe, organização especializada nos estudos sobre esta modalidade de ensino e aprendizagem, no artigo “What blended learning is – and isn’t”, de Clifford Maxwell, é preciso discernir entre práticas de Blended Learning e Tech-rich instruction. No primeiro caso, como no exemplo dado nesse texto, os alunos aprendem online e presencialmente, com clareza quanto ao que devem produzir, como, onde, para quando e por quais caminhos ou canais, que certamente podem ser ampliados desde que as fontes novas incorporadas por eles sejam fidedignas. No modelo Tech-rich instruction, as tecnologias são usadas de modo a orientar todos os alunos a fazer a mesma coisa, no mesmo lugar, tempo e ritmo, ou seja, reproduz o modelo de aula presencial, sem realizar o híbrido entre as duas modalidades.

Por meio de atividades híbridas os equipamentos e redes dão a todos a oportunidade de adequar o trabalho as suas possibilidades, personalizando os estudos e a aprendizagem. Por outro lado, no Tech-rich instruction, as ações se mantêm dentro de um modelo tradicional, que busca as mesmas respostas, trazendo propostas semelhantes que não permitem a personalização das ações e o respeito as diferenças entre os estudantes.

As ferramentas a serem usadas para a efetivação do ensino híbrido precisam ser selecionadas com critério, no entanto, devem ser compreendidas como meios ou caminhos através dos quais professores tracem seu planejamento e alunos realizem suas ações, para a construção do conhecimento. É importante ter conhecimento das possibilidades das plataformas e usar as melhores do mercado, nesse sentido, todo o trabalho de prospecção de tais recursos pelos profissionais da área na sua escola e na rede em que estuda fazem boa diferença para a realização do melhor trabalho no que se refere ao ensino híbrido.

Na Sphere, por exemplo, temos o trabalho de prospecção sendo realizado por equipes de tecnologia educacional e também de tecnologia da informação, buscando aliar recursos que sejam pedagogicamente adequados, eficientes e interessantes para o uso das diferentes faixas etárias e segmentos das escolas da marca e, ao mesmo tempo, verificando questões importantes relacionadas a segurança, integração de recursos digitais e facilidade de uso para alunos, professores, gestores e pais. Igualmente importantes são os dados gerados pelo uso das aplicações digitais, que auxiliam as escolas na análise de rendimento, sendo que sua interpretação por profissionais da escola, a partir dos coordenadores de tecnologia educacional e dos coordenadores de segmentos educacionais possam mapear as atividades, perceber os avanços, verificar as dificuldades e atuar com maior prontidão para ajudar turmas e alunos, assim como informar os pais e responsáveis, sempre em atuação próxima e conjunta com os professores.

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O importante, a ser considerado, é que a escola precisa e está em movimento de releitura, reinvenção de seus processos, adequação a um novo mundo, a um cenário em que tudo se torna híbrido, seja na vida pessoal ou profissional, levando a necessidade da educação se adequar, verdadeiramente a isso, para garantir a formação que se espera dentro desse novo contexto, afim de garantir, de fato, o futuro dos estudantes e do próprio mundo em que vivemos. Nesse sentido, vale finalizar com uma rápida e pontual reflexão a diferenciar as escolas que precisamos, nas quais o uso do Blended/Híbrido seja uma realidade, daquelas baseadas no modelo tradicional ou industrial, no qual a educação não percebe, respeita ou valoriza as individualidades e o trabalho cooperativo.

“O desafio é que, no mundo atual – no qual mais de 60% dos empregos requerem trabalhadores intelectuais, e esperamos que as escolas eduquem todas as crianças a fim de que elas possam realizar todo o seu potencial humano - esse modelo (tradicional/industrial) é insuficiente.” Michael B. Horn e Heather Staker