É impossível falar de digitalização do ensino e dos novos rumos que a educação tomou de dois anos para cá sem falar sobre a influência da COVID-19 neste segmento.

A pandemia provocou uma completa transformação no setor de educação, envolvendo não só os alunos e docentes, mas também famílias inteiras, que tiveram que se adaptar drasticamente para que o processo de ensino aprendizagem se mantivesse sem grandes perdas.

De acordo com dados da UNESCO, no início da pandemia, 1,3 bilhão de alunos em todo o mundo foram afastados das salas de aula, o que equivale a 80% do número de estudantes.

A implantação de ferramentas tecnológicas no cotidiano de alunos e professores pode ser um desafio. As escolas precisam se adequar pedagogicamente e capacitar o corpo docente e outros colaboradores. Além disso, com essas ferramentas vem também a necessidade de instigar alunos para que se engajem nas atividades e sejam protagonistas das novidades de maneira digital.

Espaços para investimentos e serviços inovadores

O distanciamento social imposto pela pandemia e, consequentemente, a substituição do ambiente escolar físico para o online dentro de casa, propiciou que muitas empresas, principalmente do setor de tecnologia, ganhassem notoriedade e importância ao oferecer serviços com o intuito de ajudar no aprendizado em tempos tão difíceis.

Essas empresas são conhecidas como edtechs, ou “empresas que desenvolvem tecnologias para a educação”. De acordo com o último levantamento realizado pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb) e a Associação Brasileira de Startups (ABStartups) em 2020, a ampliação do mercado para startups de educação e a perspectiva de aumento de oportunidades futuras possuem relação direta com a adoção do ensino remoto em todo o país, principalmente em escolas e redes privadas.

Segundo o levantamento realizado em 2020, sete em cada dez edtechs dedicavam-se a soluções para a educação básica, 48,1% voltadas aos ensinos fundamental e médio e 22,4% ao infantil. Cerca de 17% ofereciam cursos livres, 16% atendiam o superior e 13,6% o mundo corporativo.

A maior parte (158) se dedicava ao conteúdo online, seguida pelas orientadas a jogos educativos (42), ambiente virtual de aprendizagem (AVA; 39), plataforma educacional (38), sistemas de gestão educacional (SIG|SIS; 31), plano educacional adaptativo (26), ferramentas de avaliação de estudantes (22), cursos online (14), ferramentas de autoria (10), e hardware educacional e repositório digital (9).

Para os próximos anos e considerando as experiências durante a pandemia na educação e o fortalecimento dos ensinos remoto e híbrido, o estudo mostrou que as edtechs enxergam oportunidades na gestão escolar, tanto de secretaria (administrativas), quanto pedagógicas (salas de aula), e na oferta de materiais didáticos digitais e cursos online, como cursos livres e EJA (Educação de Jovens e Adultos). Na Sphere International School, por exemplo, para que alunos, professores e colaboradores se familiarizassem com a "virada tecnológica abrupta" forçada pela pandemia, a escola conta até hoje com o apoio de profissionais especializados na área de tecnologia educacional (TE) e da informação (TI), que oferecem suporte para as várias demandas da comunidade escolar. Como o programa acadêmico é bastante pautado na aprendizagem ativa e no ensino investigativo, que significa que os alunos não partem de fontes únicas de informação, a instituição utiliza diferentes plataformas e aplicativos nos diferentes ciclos, como as ferramentas do Google for Education como o Classroom, Meet, Docs, Slides, Sites, Jamboard, e outras soluções educacionais como o Britannica School, Raz Kids, Scholastic Literacy Pro, Árvore de Livros, Matific e Mathletics, entre outros. E quando o assunto é futuro, tecnologia e educação, as previsões são as melhores possíveis! Segundo dados da Distrito, plataforma de inovação para startups, corporações e investidores, até 2025 em todo mundo, estima-se que a edtechs movimentem cerca de US$ 350 bilhões. E a explicação para isso é clara, segundo especialistas, com a disponibilidade crescente de smartphones, tablets e outros dispositivos com conexão à internet, aliada a maior abertura de instituições tradicionais às soluções tecnológicas, o mercado para essas empresas só tende a crescer e ganhar cada vez mais espaço.