Sphere Institucional

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jul 11, 2022

Pelas páginas dos livros a descobrir o mundo

AUTOR

huia

ASSUNTO

Educação

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“Todos lemos a nós e ao mundo à nossa volta para vislumbrar o que somos e onde estamos. Lemos para compreender, ou para começar a compreender. Não podemos deixar de ler. Ler, quase como respirar é nossa função essencial.” (MANGUEL, Albert. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. Pág. 20.)

Quando você tem um livro em mãos são possíveis inúmeras conexões, ideias e possibilidades. A começar pelo encontro com o autor, passando pelo conteúdo que ali se encontra, indo de encontro a tantas vivências e ideias que você tem em sua cabeça e em seu coração. Livros nos permitem conhecer o mundo, seja ele aquele que nos é mais próximo ou distante, nos fazendo viver experiências alheias, de ser algum personagem real ou fictício ao longo de suas páginas, resolvendo mistérios, entendendo a ciência, compreendendo a sociedade e tantas outras conquistas…

Quem tem livros expande os horizontes e se torna alguém que quer ir além das páginas, viajando por lugares que nas páginas descobriu, buscando canções que ali foram mencionadas, assistindo filmes indicados por escritores e seus personagens, testando receitas que seriam inéditas e impossíveis se por aquelas folhas não passasse os olhos…

“Refiro-me a que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. (…) este movimento do mundo à palavra e da palavra ao mundo está sempre presente” (FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 14ª ed. São Paulo: Autores Associados; Cortez, 1986. Pág. 22)

E não há melhor momento para perceber o prazer que há na leitura senão na infância, quando ainda pequenos, nosso pais, avós, irmãos mais velhos, professores ou tantas outras pessoas nos despertam para a emoção e o conhecimento que há por trás daqueles volumes, sejam eles físico ou digitais, já modernizando um pouco a conversa, sem descartar um ou outro, porque há espaço para ambos.

Sei que as paixões pelo papel por vezes compelem as pessoas a ardorosamente falar sobre o encanto de folhear as páginas, que igualmente compartilho, mas o digital chegou e ganhou espaço, trazendo facilidades como ter uma pequena (ou grande biblioteca) num e-reader, como o Kindle (que tenho e me acompanha por todos os lados), tablet ou mesmo smartphone.

O importante mesmo é ler, não importando em que plataforma ou recurso. Ter um livro é ter companhia agradável e desafiadora, daquelas que fazem a gente pensar e sentir, aprender e conectar pontos, descobrir até mesmo um pouco mais sobre nós mesmos.

“A leitura vai, portanto, além do texto (seja ele qual for) e começa antes do contato com ele. O leitor assume um papel atuante, deixa de ser mero decodificador ou receptor passivo. E o contexto geral em que ele atua, as pessoas com quem convive passam a ter influência apreciável em seu desempenho na leitura. Isso porque o dar sentido a um texto implica sempre levar em conta a situação desse texto e de seu leitor. E a noção de texto aqui também é ampliada, não mais fica restrita ao que está escrito, mas abre-se para englobar diferentes linguagens.” (MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 17ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. Págs. 32-33. Col. Primeiros Passos)

Se você gosta de ler ficção, que ótimo. Se prefere biografias, vá em frente, há histórias e personagens notáveis nos dois gêneros. É a poesia que faz sua cabeça, não pense duas vezes, siga na direção dos grandes mestres dos versos. Gosta mesmo é de história, de ciência, de gastronomia, de arte, de política ou sociologia, de filosofia ou tecnologia… Não importa, leia o que quiser, somente leia, porque é isso que irá fazer você crescer, se sentir bem, entender melhor o mundo ao seu redor…

Mas, voltando as crianças, sempre há aquela dúvida das famílias em relação aos motivos que levam alguns deles a apreciar os livros e outros a manter distância das leituras…

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A leitura e os livros se tornam amigos das crianças se desde tenra idade apresentados para eles como algo que lhes permite, literalmente, voar e chegar a lugares incríveis, conhecer pessoas maravilhosas, se deliciar com aventuras notáveis, ter contato com culturas diferentes, aprender de um modo diferente e excitante!

Começar com os livros infantis, tendo contato com autores como Ziraldo, Maria Clara Machado, Ana Maria Machado, Monteiro Lobato, Tatiana Belinky, Ruth Rocha ou Maurício de Sousa, só para lembrar dos alguns expoentes brasileiros, lendo suas histórias, trazendo a tona seus personagens e tramas, com a devida entonação, criando toda a atmosfera que a contação de histórias precisa ter…

“Penso que, de tudo o que as escolas podem fazer com as crianças e os jovens, não há nada de importância maior que o ensino do prazer da leitura. Todos falam na importância de alfabetizar, saber transformar símbolos gráficos em palavras. Concordo. Mas isso não basta. É preciso que o ato de ler dê prazer. As escolas produzem, anualmente, milhares de pessoas com habilidade de ler mas que, vida afora, não vão ler um livro sequer. Acredito piamente no dito do evangelho. ‘No princípio está a Palavra…’ É pela palavra que se entra no mundo humano. Tive a felicidade de aprender, muito cedo, a amar os livros…” (ALVES, Rubem. Entre a ciência e a sapiência: O dilema da educação. 12ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2004)

Mas além dessa introdução, com os livros infantis e a contação de histórias, usando também os quadrinhos como porta de entrada, que tem todo um apelo e sensibilizam crianças e adolescentes, é preciso que as famílias tenham apreço pela leitura, ou seja, que a leitura seja um prazer para os pais, irmãos mais velhos e outros pares que as crianças tenham em suas vidas.

A escola, nesse interim, é o espaço onde ler é algo necessário e esperado, mas que a despeito disso, tem que, também consolidar juntamente aos seus alunos, os livros como fonte de prazer, conhecimento e crescimento. Além da contação de histórias, vale trabalhar com rodas de leitura, clube do livro, troca de livros, doações para outras escolas (não apenas dar livros, mas nesse movimento, ir a estas escolas e falar sobre os livros e a experiência prazerosa da leitura), ir a bibliotecas e livrarias, ter contato com autores… Todas estas ações reforçam juntamente aos estudantes que leitura é um verdadeiro barato, um grande prazer e um meio de literalmente chegar a Lua!

E para ajudar essa ação de incentivo a leitura, listamos algumas obras como sugestão:

Temos então que valorizar a leitura e celebrar o Dia do Livro! Que este amigo esteja sempre ao nosso lado, hoje e sempre!